sexta-feira, 3 de abril de 2009

Com amor ou por amor....


O amor nos move em todos os sentidos.

Na maioria das vezes, realizamos com amor ou por amor, as coisas que para nós possui significado e sentido . Com amor seria tudo aquilo que fazemos de maneira incondicional, gratuita, sem obrigação, que nos dá prazer. No entanto, pode existir outras coisas que não fazemos com amor, mas por amor, como por exemplo, quando nos deparamos em situações, que mesmo não gostando, ou não nos sentindo bem, acabamos fazendo algo em benefício de outra(s) pessoa(s).

Sempre achei que odiava cozinhar e lavar pratos. Mas, o brilhinho nos olhos dos meus filhos ao verem uma comida bonita e saborosa, me estimulava a encarar um fogão para fazer seja lá o que fosse. Eu fazia por amor. Com o passar do tempo, percebi que os ganhos secundários que eu tinha das coisas que eu fazia por amor, tornaram-se prazerosas, e muitas delas hoje, faço com amor. Com exceção, lavar pratos.

Ontem, ocorreu algo que me chamou bastante atenção. Nossa cadelinha Milla, uma poodle toy, de apenas dois anos, demonstrou claramente o que é fazer algo por amor, confirmando a lenda que o cão é o maior amigo do homem.

A noite estava muito quente. Eu estava inquieta, talvez pela temperatura e também pelo dia agitado.

Resolvi tomar banho de piscina, às 19:30h, na tentativa de aliviar o calor e o stress. Ao fechar a porta da sala para sair, percebi Milla balançando o rabinho, como se convidando a ir comigo. Não me contive diante daquela cena e permiti-lhe a me seguir.

Somente quando cheguei à piscina, com aquela calmaria pronunciada pela lua, percebi do quanto a noite estava linda e convidativa para um relaxamento que eu tanto precisava naquele momento.

A lua estava minguante, assim como eu, nesse dia. Tem horas que temos que aliviar nossos pesos e pensarmos mais em nós, refletia eu, para tornarmo-nos uma lua nova.

Coloquei o pé na piscina para sentir a temperatura da água e percebi do quanto a água estava morninha e adequada para uma hora de entrega.

A piscina fica na cobertura do prédio, acima do meu apartamento. Fiquei perguntando porque eu não aproveitava mais estes momentos a esta hora da noite, tendo esta facilidade tão perto de mim.

Depois dos devaneios, resolvi dar um mergulho. -Hummm...que água gostosa!...parecia que tudo havia mudado num mergulho. A sensação de calor foi embora...as minhas preocupações sumiram...enfim!...aquilo era um paraíso! ...aproveitei para nadar, fazendo pausas para respirações profundas, o que me deixava mais tranquila.

Num dado momento, enquanto fazia marolas com as mãos, percebia-me sofejando umas musiquinhas suaves, revelando meu total estado de descontração . Há muito tempo não me sentia assim, tive esta impressão.

Porém, esta sensação foi interrompida com os sucessivos latidos de Milla. Fiquei observando o que a levava a latir, uma vez que estávamos sozinhas na cobertura. Tudo normal. Mesmo assim, a mesma continuava a latir, olhando para mim, deixando-me irritada diante aquele barulho ensurdecedor, contrastando com o ambiente tranquilo.

auauauaua..... - ai, que raiva!......Por alguns segundos me arrependi de tê-la levado. Se eu fosse uma moleca desaforada sabe o que eu faria? Pediria a ela para parar de latir, ao gritos. Sabe o que eu fiz ? Pedi à ela para parar de latir,aos gritos.

Comecei a falar alto para intimidá-la, pedindo-lhe para parar de latir, mas ela não se intimidava com meus gritos. Daí, pensei em duas alternativas: ou sair da piscina para ela parar de latir, coisa que não iria dar-lhe o cabimento, ou fingir que ela não estava ali e que não estava ouvindo latido nenhum. Optei pela segunda alternativa, embora achasse que ela estava preocupada comigo temendo que algo me acontecesse de ruim. Mas, como não havia hipótese de ocorrer algo de errado, continuei nadando, ignorando-a COMPLETAMENTE.

Em alguns segundos, percebi que ela parou de latir, o que me deixou bastante aliviada, achando que finalmente minha estratégia havia funcionado. -Ufa!...finalmente, o silêncio! ....tudo tranquilo novamente, pensei ... agradecendo "aos céus", voltei a nadar.

Porém, a tranquilidade recuperada foi interrompida com o som de um mergulho na piscina...Thibumm!!!.... Claro que me recusei a aceitar o que vinha em minha mente. Resolvi olhar para trás afim de confirmar o que estava pensando. Não contrariando ao que imaginava, Milla havia se jogado na piscina, nadando ao meu encontro.

Caramba, que medo!...ao vê-la vindo ao meu encontro, de maneira silenciosa e irreconhecível, com seus pelos molhados grudados no corpo, lembrei-me do filme tubarão, que por sinal, me deixou com trauma de entrar a dois metros no mar até hoje,com aquela musiquinha de suspense chata....tumtumtum...

À princípio me deu vontade de sair correndo da piscina. Mas ao ver o sofrimento da cadelinha, fiquei estupefata diante daquela cena. Não sabia o que dizer. Eu imaginei que ela utilizou aquele mergulho na piscina, como sendo seu último recurso para expressar sua preocupação com relação à mim. Tipo aquela mãe, que vê seu filho numa situação que ela julga perigosa e se entrega de corpo e alma para salvar seu filho.

Ao vê-la tremendo, peguei-a nos braços e sai da piscina, pegando uma toalha para aquecê-la. Corri para o apartamento, peguei um secador de cabelo e imediatamente fui seca-la com receio dela ter algum problema.

Enfim, não tomei o banho de piscina que eu queria. Mas, eu sai da piscina , com uma sensação muito melhor do que eu achava que iria sair. Eu não sai somente relaxada....sai me sentindo amada por aquela criaturinha pequeninha, que passa o dia toda me observando e me amando incondicionalmente e que em muitos momentos , não dou-lhe a mínima atenção.

Percebi que ela mergulhou na piscina por amor, considerando que odeia água.

Esta experiência , me trouxe algumas reflexões, onde me mostraram que podemos estar rodeadas por pessoas, que muitas vezes não damos a atenção merecida, devido as agitações do dia a dia, ou até mesmo por não darmos uma significação para elas em nossas vidas, mas que são capazes de mergulhar fundo para nos ajudar ou estar perto da gente.

E realmente me confirmou a crença que o cão é realmente o amigo do homem.

Milla...te amo!

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